Trinta milhões de idosos vivem no Brasil atualmente. Até 2050, 70 milhões de pessoas terão mais de 60 anos, mais do que o dobro da realidade de 1991. Esses números levantaram uma questão importante: os profissionais da saúde estão preparados para esse cenário?
A nova realidade demográfica do país tornou obrigatória algumas disciplinas que até então eram optativas nos cursos da área da saúde, como Geriatria e Gerontologia. Entretanto, enfermeiros e médicos ainda têm dificuldade em lidar com pacientes idosos com estado mental alterado, em estado terminal e outras situações que envolvem a idade avançada.
A importância da medicina e da enfermagem
A discussão então voltou-se para outro tema: a importância de tratar a medicina e a enfermagem como ferramentas de qualidade de vida e não apenas como remediações no âmbito hospitalar. Nesse quesito, entram aspectos importantes como entender as transformações biopsicossociais do envelhecimento, aprender o diálogo com o paciente idoso e ter uma boa percepção sobre essa realidade.
A necessidade de manter o idoso saudável vai além das questões sociais e atinge a esfera econômica, já que o dinheiro público investido em saúde é baixo e os custos com os idosos são altos. É essencial encorajar o sistema a compreender a importância de cuidar dos idosos em todos os contextos da sociedade para que as necessidades sejam supridas.
Os hospitais têm sentido a necessidade de mudar de visão: ao invés de adotarem políticas contra os distúrbios causados pela idade, a atuação deve ser na prevenção. Porém, ainda há muita carência de profissionais especializados nessa área. Alguns cursos habilitam esses profissionais, como MBA em Gerontologia Multidisciplinar, que além das questões referentes ao idoso, trata de assuntos de gestão.
O importante é não parar de estudar para entender o novo perfil desse idoso atual, o que ele almeja, quais as suas principais necessidades e o que ele espera do sistema de saúde.